A MOÇA NA JANELA

Quitota, a bela Maria Joaquina
morava em  casa alta, casa de rico,
na planície goitacá
nos idos dos século XVIII.
Todos os dias na janela
Resultado de imagem para casa antigaolhar a praça
ia ela...
Até que uma dia seus olhos encotraram
os negros e misteriosos olhos
do mercador Tibério.
Num salto, seu coração saltou daquela altura
à qual julgava-se protegida,
Assim despercebida entrou em sua vida
a louca paixão.
___Imagina se meu pai descobre!
Pensava ela, apavorada.
Mas todos os dias via Tibério
e Tibério a via com desejo.
Desejo de homem malicioso, vivido
ávido por provar aquela pele rosada e casta.
Numa noite enluarada,
sem temer o capitão
engenhou sua subida
no formoso casarão.
Quitota, em agonia,
com desculpas de querer dormir mais cedo,
dispensou a dama de companhia.
Seu coração em euforia
não pensava no perigo
de trocar com aquele estranho
muito mais que alguns olhares.
Esperto como gatuno
Tibério alcançou com êxito
a sacada da janela
do quarto da dama bela
com os pelos eriçados,
não sabia se de medo
ou de emoção.
Mas por fim estava ele
com o troféu na sua mão,
a bela Quitota em lágrimas
prometia-lhe eterna paixão.
Na tarde seguinte estava ela
na janela, em prontidão
esperava seu amado
mas ele não veio não!
A pobre moça aflita
foi ficando triste e amarga
não saia mais do quarto
na janela ficava
até de madrugada.
E foi assim que teve cabo
a vida da bela Quitota
quando a ama entrou no quarto
e a encontrou morta.
Quando agora no presente
tu passares pela casa
verás a velha sacada
e uma janela entreaberta;
dizem que lá ela espera
seu amado Tibério
para entregar-lhe a paixão jurada
naquela noite enluarada
quando entregou-se por inteiro
ao pretenso companheiro.
Mercador infame,
borra-botas,
sem eira, nem beira...
Que importa?
Foi a única paixão
que assolou o coração
da bela Quitota.









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