FENIX POEMA

Assim eu vou... Vou cantando meu amor Pela estrada da vida Colhendo de flor em flor Tudo que me anima. Todo néctar de que preciso Está na flor do desejo. É entre canteiros de beijos que me entrego por inteiro.  

         Os classificados de um jornal traziam o seguinte anúncio: "moreno alto, olhos castanhos, cabelos também castanhos, 44anos, viúvo sem filhos, boa condição financeira, procura moça para relacionamento duradouro, falar com João Pedro” O anúncio trazia ainda o telefone para contato, caso alguém se interessasse.          A princípio, não dei muita importância àquilo, era apenas mais um anúncio. No dia seguinte, os classificados traziam-no novamente, e isso durou uma semana inteira, comecei a me interessar pela insistência do rapaz que desejava tanto uma namorada. Ele deve ser feio, isso sim, pensei com meus botões.          Guardei os recortes da semana toda e, da seguinte também, não sei por que, mas guardei. Mostrei os recortes para minha amiga e ela teve uma idéia. “Vamos ligar e fingir interesse.” Relutei muito, pois brincar com os sentimentos das pessoas nunca foi meu forte, mas por diversão acabei entrando na brincadeira.          Minha amiga falou com ele

Dona Joaninha quer se casar Mas, um bom marido Não consegue encontrar. Namorou o senhor Libélula Mas, ele era muito metido, Tinha a cabeça grande E o rabo muito comprido. Também não deu certo O namoro com o Percevejo, Ele era mal cheiroso E, não lhe dava nenhum beijo. Namorou o Pirilampo Mas, com ele não quis ficar, Ele só saía à noite Não a levava para passear. Namorou o Zé Pulga Mas, ele esqueceu-se dela, Foi embora para longe No pelo de uma cadela. Namorou o João minhoca Que era metido a galã, Ele a abandonou, Para conquistar uma doce maçã. Depois de tanto namorar, Dona Joaninha ficou a pensar: “Estou ficando velha, Será que não vou casar”? Teve sorte e encontrou O senhor Joaninha Com ele se casou E foi morar numa florzinha.

Sou ilha Cercada por diferentes mares. Há dias que são mares De intensa alegria Noutros, de um tristeza sem fim... Em dias de primavera Sou cercada por mares De sonhos infantis Doces e inocentes. Enfim, Sou ilha deserta Porém, verdejante À espera de um vento, Uma abelha, ou Um besouro qualquer Que polinize minhas flores E nasçam bons frutos De amor e esperança.

A alma sangra quando é traída por seu amor. Amor é eterno. Ódio também! Mas, se para tudo há um remédio... Que a lua de sangue possa sugar toda sangria desatada dessa alma amargurada que sangra, chora e sofre por amor.

Quando o cravo abandonou a rosa, ela chorou. Mas, como toda mulher, negou e disse que as lágrimas eram orvalho. Arrancou algumas pétalas mas disse que era um novo penteado. Quebrou seus espinhos um por um... Ao ser questionada disse que estava cansada de unhas grandes. Ficou assim por um tempo, triste, murcha, pálida... Até  que um colibri veio beijá-la.

Hoje parei para pensar... estou ficando velha! Será? Minha alma é jovem e tem alegria de viver Meu corpo pode estar ficando velho... Meus cabelos embranquecendo... Mas meu espírito será eternamente jovem! Eu disse jovem! Não imaturo. Serei jovem! E quando partir quero ter o rosto jovem, O olhar que transmite paz e sabedoria. Porque... velha é a sua vó!

Que bom sair à rua numa noite morna tomada pelo cheiro do manacá florido lembrar dos tempos idos quando crianças todos nós irmanados e em alarido brincávamos sem compromisso debaixo do velho pé de manacá da vovó.  Ali sim, éramos felizes!