FENIX POEMA

      "no começo de tudo tem um bom professor" O vereador só pode exercer seu cargo se for alfabetizado, O prefeito só pode exercer seu cargo se for alfabetizado, O deputado só pode exercer seu cargo se for alfabetizado, O governador só pode exercer seu cargo se for alfabetizado, O senador só pode exercer seu cargo se for alfabetizado, O presidente só pode exercer seu cargo se for alfabetizado. Ninguém pensa no salário do professor?

Boca de fome na favela a criança na janela . Boca de fumo na favela                                           à espera de pão                        onde o viciado torna-se ladrão. Dizem por aí que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. O vício lhe rouba a   enquanto da criança               ele rouba o pão. Será que será perdoado o viciado que roubou o alimento do irmão? será que será alimentada a criança sem pão? Ou terá que se tornar viciado para o estômago enganar com o crack, seu pão?

Procura-se um amor amigo que abra as portas de seu coração e me dê abrigo numa noite de solidão. Procura-se um amor companheiro que seja cúmplice, fiel e não deseje partir, que mande flores e me faça sempre sorri. Quem souber de um assim mande entregar na casa Esperança Rua Otimismo, à velha senhora Com coração de criança.

         Estive observando nesses últimos dias a corrida para a inscrição no SISU e, a tal "cota para negros, pardos e amarelos". Este é, sem dúvida, um problema cultural de nosso país que costuma achar que o branco é mais inteligente e/ou tem mais oportunidades. Ledo engano do racismo! Está mais que comprovado que os "ricos" estudam nas melhores escolas particulares e, depois, ocupam as vagas das melhores universidades públicas. Os "pobres", por sua vez, conseguem facilmente uma vaga numa universidade particular, que, sem exagero, facilitam a vida do povo. Ora, a instituição precisa do dinheiro das mensalidades para sobrevir. Mas, o que me chamou à atenção mesmo, foi o significado da palavra pardo: De cor indeterminada, branco sujo. Quem é pardo, até um certo tempo num passado, bem próximo ainda, se achava "o branquinho" Fala sério! Agora com as cotas todo mundo quer ser pardo ou negro. Aí, eu pergunto: Como o Governo quer dar vagas especiais n

A vida é passageira Passa como um trem Desgovernado A mais de cem. Vale tudo nessa luta Até o que não convém. Só não vale matar Nem morrer de amor por alguém. E, nessa busca infinita A evolução acontece A alma evolui A matéria envelhece. Assim é essa vida: Eterna evolução. Duplamente           Quando se tem emoção.

Fui poeta em outra vida Sabe deus em quantas fui... Nesta vida sou poeta Pois, rimar é o que me seduz. De verso em verso vou buscando O conforto pra minh’alma O verso me atrai A prosa me acalma. Castro Alves, Drummond, Machado de Assis, Cecília Meireles Ser como eles... ...quem me dera! Ainda rimo amor com flor Desejo de homens E de mulheres. E assim vou caminhando Nessa estrada colossal Sou feliz por ser poeta E supero todo mal.

Horizonte distante Não posso vislumbrar Altas montanhas Cobertas pela fumaça Cheiro de fogo Sabor de dor Planeta sofrendo Pessoas morrendo Bicho sem ter onde morar. Fumaça cinzenta Da morte, o sim Natureza em perigo Sequidão sem fim. Ao primeiro pingo de chuva A árvore sorri ___ Acabou o sofrimento, terei vida, enfim.   

Lexo, grama Chispa de grego e latim Criptograma Você aberto À espera de mim... Lexo sem nexo Mão dupla Na rodovia do corpo, Sinal verde Tenho livre acesso... Lesco-lesco no farfalhar Das fronhas Mordidas de amor... Aos gramas, aos quilos Vou me fartar. Lexograma Leio cada célula de ti Que, em sonho, vem me acordar.

Verde folha que pede socorro SOS na seiva a vibrar Sacode os galhos Em nome da vida Que quer preservar. Verde folha na íris da moça Musgo a me enfeitar Cobre meu corpo Num doce balanço Enfeitiçando-me Como gato a ronronar. Verde folha da vida Na suave brisa a balançar. Salve, verde folha! Ningué m vai desmatar.

Blim, blem... Sino tocando ao longe À luz do sol Refrigera a alma. Lembra o som do céu Que na memória guardo Da vida de além... Sino que soa retumbante No alto da Catedral As pombas a despertar Lembra as asas dos anjos No coral celeste a bailar Pombas, anjos, crianças, Sonhos, vidas no lufa-lufa Indo e vindo Tal ondas no mar. Sino que toca em mim Dentro de mim Vem falar: ___ No céu de além irei lhe encontrar.

Sol a pino Navalha na carne Íngreme estrada Na qual tento passar Gosto de sangue na boca Ferrugem corroendo a alma Cristal afiado No céu da boca Onde a língua louca Grita: Desperta! Desperta! Acorde pra vida! Calor sufocante Areia movediça Na minha pele a roçar Navalha na carne Sangue na boca Olhos vertendo Lágrimas de dor Navalha na carne Sou eu, Sofrendo Sem teu amor.

Asfalto quente Cheiro de morte no ar... Terá Ades aqui passado, Ou ainda virá? Já veio e, Ainda vem Nas idas e vindas No asfalto Com uma pressa Não sei de quem. Ó morte que cega Os apressados, Deixai chegar vivo Aquele que por aqui passar! Asfalto quente Cheiro de morte no ar... Carros batidos, Corações partidos, Mães, desesperadas, a chorar. Ó morte que ceifa a vida, Arranca do ninho A ave de amor, Será que não tens piedade Das vidas que devoras Sem descansar?