OS CAMPOS DOS GOITACASES


Texto escrito em parceria
com  Mariana Carvalho.

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Dos campos dos Goitacazes
Ouviu-se um brado guerreiro,
Dos donos desta terra,
Um brado derradeiro.

Em nome do progresso
Disfarçando a ambição
Deu-se largo processo
“da nobre” apropriação.

Da vida selvagem e livre
Restou pouco pra se ver
Bichos, campos e índios
Começaram a desaparecer.

Da vida que era bela
Feliz, sem perseguição,
Tornou-se um inferno de guerra
Movida pela ambição.

Os donos da terra em termos
Os nobres índios guerreiros
Lutaram flecha a flecha
Atacando os outeiros.

Mas o homem branco sagaz
Escravizava os mais fracos
De Portugal comandava tudo
Enviando mais homens com seus barcos.

 Das guerras e das doenças
Os índios amantes da paz
Foram dos campos dizimados
Resistindo, ainda, os Goitacás.

Povo forte e valente
Amante das liberdades das manhãs
Tiveram seus sonhos alquebrados
Pelos Sete Capitães.

De resto sobraram as canas
Oh! Os belos canaviais...
Tomaram o lugar dos belos
Campos de madrigais.

E assim aconteceu, a dita evolução
A Vila de são Salvador
Teve sua instalação.
___ Para glória de Deus, o criador!

Confesso que não tenho orgulho
Dessa triste história
Mesmo sendo campista
Não canto vitória.

Pois, pra ver esta cidade
Formada e evoluída
Foi necessária matança
É uma raça destruída.

Em nome desse povo
Do qual tanto me orgulho
Trago á vós aqui presentes
No passado esse mergulho.
   
Deixo aqui o meu brado
De certa indignação.
Os Goitacás não eram apenas índios
Antes, eram uma nação!

Mas deixo também um viva
Ao melado e ao açúcar
Pois a guerra continua
Na política, a arapuca.







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