O Belo Linguajar Infantil
A criança nos encanta em todas as suas
fases que precedem a adolescência. Não quero dizer que um adolescente não nos
encante; todo ser humano é encantador. Todavia, quero ressaltar as delícias e
pérolas que as crianças em sua primeira e segunda infância nos proporcionam.
Há palavras que elas não conseguem falar
corretamente; há objetos aos quais elas dão nomes mais fáceis e criam cada
significado! Cito como exemplo as palavras do meu primogênito: água era “uim”,
que eu entendia como ruim, acredito que o motivo do nome se deu à qualidade da
água e, se não tem sabor para ele era ruim. Precisei ir ao médico e o deixei
com minha mãe, quando retornei ela disse que já estava ficando desesperada
porque ele estava pedindo uim e ela não sabia o era. Biscoito (bolacha) de
maisena era biscoito de pau; talvez por se tratar de um biscoito de
consistência mais dura; ora, ele tinha que fazer muita força para morder e
tirar um pedacinho.
Certo dia ele me pediu um chochotal.
Quase morri com o cérebro derretido de tanto pensar em alternativas para que
ela mostrasse o era aquele tal chochotal. Passei dois longos dias à procura do
brinquedo e não achei; pedi ajuda aos familiares e a cada vez que ele dizia a
palavra, meu pai ria aos borbotões. Com raiva ele gritava: ”Eu quero um
chochotaaaaaaaaaaaaaaal!” Foi difícil, mas o pai herói chegou e logo perguntou:
”É um velotrol (velocípede) que você quer, meu filho?” Pronto; problema
solucionado. Depois desse episódio, ele inventou um tal de fufufu. Meu Deus!
Gente, peguei o garoto e fui para uma loja de brinquedos. Ele foi olhando e lá
estava o fufufu, uma flauta!
É ou não é um encanto?
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