TEMPORADA DE CAÇA AOS MOSQUITOS
Chega o fim de semana e a família Busca Pé,
(digo Busca Pé por serem muito unidos, do tipo, procure o João onde estiver a
Maria), sai para uma pitoresca viagem de fim de semana, resolvem ir ao interior
à casa de parentes da mãe, a viagem foi tranqüila, chegaram bem, graças a Deus.
Foram recebidos com muita alegria, mataram as saudades, contaram e ouviram as
novidades, as crianças aproveitavam o restinho de dia para correrem pelo
quintal, em grande alvoroço, enquanto na grande cozinha as mulheres preparavam
o jantar, os homens bebericavam umas caipirinhas e jogavam conversa fora.
O jantar foi servido as sete em ponto, geralmente, no interior janta-se mais cedo, mas, como tinha visitas e o jantar foi mais caprichado, demorou mais um pouquinho. Todos jantaram com grande apetite; como de costume, depois do jantar ficaram jogando conversa fora, depois de algum tempo, cansados, foram dormir, as crianças logo pegaram no sono; em seguida, os pais também adormeceram. No meio da noite a mãe acordou, um indesejável mosquito parecia querer entrar em seu ouvido, foi o suficiente para fazê-la perder o sono, levantou-se, aborrecida foi ao banheiro, ao voltar, ficou assustada com a quantidade de mosquitos que estavam atacando as crianças, espantou-os com o travesseiro e deitou-se novamente. Ficou ali, deitada, imóvel, observando se voltariam; logo as crianças começaram a debater-se, o menino batia na orelha tantas vezes que a mãe, preocupada, pensou: ”Meu Deus, amanhã ele vai acordar com a orelha inchada”. A menina estava com o rostinho cheio de pintinhas vermelhas, o marido, também perdera o sono e levantou-se praguejando...
— Droga de bicho enjoado! Olha só, a parede está preta de tanto mosquito!
Então, tentando acabar com a raça deles, começou a dar palmadas nas paredes, a mão doeu, mas ele não desistiu, pegou o chinelo e, lá vai chinelada nos mosquitos, alguns mais espertos fugiam para o alto da parede ou para o teto, o pai não desanimava, pulava, sacudia o lençol; com o barulho, as crianças acordaram e tentavam ajudar o pai na caçada. O menino, tentando ajudar, dava várias sugestões:
— Pai, pega uma vassoura! Joga água benta!
— Fique quieto menino, isso é mosquito, não é vampiro. ¾ Respondeu o pai já impaciente.
A mãe de tão nervosa, começou a rir e não conseguia parar, nem tão pouco conseguia dizer por que estava rindo tanto. Para o marido a situação parecia trágica, o riso não tinha cabimento. Ele a olhava sem entender nada e as crianças perguntavam insistentemente por que a mãe estava dando gargalhada...
Três da manhã e ainda estavam acordados, a luz acesa e o barulho no quarto chamaram à atenção dos donos da casa que vieram ver o que estava acontecendo; acabrunhados, bateram na porta do quarto.
— Ocês tão bem? Ouvimos barulho, viemo vê se tão precisando de alguma coisa. Perguntou a senhora, aflita.
— Sim. Estaríamos melhores, não fossem esses mosquitos. ¾ disse o pai tentando ser agradável com a gentil senhora.
— Obrigada pela preocupação, mas estamos bem, conseguimos matar muitos mosquitos e acho que se deixarmos a luz acesa, os que ficaram vivos não voltarão. ¾ disse a mãe, depois de controlar o riso.
O menino não perdeu tempo e perguntou:
— A senhora não tem inseticida?
— Ah, meu filho, num tem não. Na venda tá em falta, bem que eu mandei vê se tinha quando ocês chegaram, mas seu Zé disse que acabô. O Jão disse pra eu acender umas bosta de vaca, mas eu fiquei receosa docês acharem o cheiro ruim, mas, ocês querendo, eu acendo.
—Não, não. Muito obrigada, não precisa se incomodar, logo vai amanhecer. Ficaremos bem, não se preocupe. Respondeu a mãe, descartando aquela idéia absurda.
—Tá bem, se mudarem de idéia, ocês podem me chamá. Dizendo isso, a velha senhora caminhou de volta a seu quarto.
As crianças ficaram curiosas e queriam saber que negócio era aquele de acender bosta de vaca, então os pais explicaram que no interior algumas pessoas tinham o costume de usar os excrementos dos animais para fazerem fumaça, ateando fogo neles quando já estivessem secos, a fumaça espantava os mosquitos.
— O cheiro é tão ruim, que até os mosquitos fogem. ¾ Concluiu o pai desanimado.
Cansadas, as crianças adormeceram. Em seguida, a mãe também dormiu; o pai ainda ficou caçando os danados dos mosquitos que, sem medo de morrer, queriam experimentar sangue novo.
O jantar foi servido as sete em ponto, geralmente, no interior janta-se mais cedo, mas, como tinha visitas e o jantar foi mais caprichado, demorou mais um pouquinho. Todos jantaram com grande apetite; como de costume, depois do jantar ficaram jogando conversa fora, depois de algum tempo, cansados, foram dormir, as crianças logo pegaram no sono; em seguida, os pais também adormeceram. No meio da noite a mãe acordou, um indesejável mosquito parecia querer entrar em seu ouvido, foi o suficiente para fazê-la perder o sono, levantou-se, aborrecida foi ao banheiro, ao voltar, ficou assustada com a quantidade de mosquitos que estavam atacando as crianças, espantou-os com o travesseiro e deitou-se novamente. Ficou ali, deitada, imóvel, observando se voltariam; logo as crianças começaram a debater-se, o menino batia na orelha tantas vezes que a mãe, preocupada, pensou: ”Meu Deus, amanhã ele vai acordar com a orelha inchada”. A menina estava com o rostinho cheio de pintinhas vermelhas, o marido, também perdera o sono e levantou-se praguejando...
— Droga de bicho enjoado! Olha só, a parede está preta de tanto mosquito!
Então, tentando acabar com a raça deles, começou a dar palmadas nas paredes, a mão doeu, mas ele não desistiu, pegou o chinelo e, lá vai chinelada nos mosquitos, alguns mais espertos fugiam para o alto da parede ou para o teto, o pai não desanimava, pulava, sacudia o lençol; com o barulho, as crianças acordaram e tentavam ajudar o pai na caçada. O menino, tentando ajudar, dava várias sugestões:
— Pai, pega uma vassoura! Joga água benta!
— Fique quieto menino, isso é mosquito, não é vampiro. ¾ Respondeu o pai já impaciente.
A mãe de tão nervosa, começou a rir e não conseguia parar, nem tão pouco conseguia dizer por que estava rindo tanto. Para o marido a situação parecia trágica, o riso não tinha cabimento. Ele a olhava sem entender nada e as crianças perguntavam insistentemente por que a mãe estava dando gargalhada...
Três da manhã e ainda estavam acordados, a luz acesa e o barulho no quarto chamaram à atenção dos donos da casa que vieram ver o que estava acontecendo; acabrunhados, bateram na porta do quarto.
— Ocês tão bem? Ouvimos barulho, viemo vê se tão precisando de alguma coisa. Perguntou a senhora, aflita.
— Sim. Estaríamos melhores, não fossem esses mosquitos. ¾ disse o pai tentando ser agradável com a gentil senhora.
— Obrigada pela preocupação, mas estamos bem, conseguimos matar muitos mosquitos e acho que se deixarmos a luz acesa, os que ficaram vivos não voltarão. ¾ disse a mãe, depois de controlar o riso.
O menino não perdeu tempo e perguntou:
— A senhora não tem inseticida?
— Ah, meu filho, num tem não. Na venda tá em falta, bem que eu mandei vê se tinha quando ocês chegaram, mas seu Zé disse que acabô. O Jão disse pra eu acender umas bosta de vaca, mas eu fiquei receosa docês acharem o cheiro ruim, mas, ocês querendo, eu acendo.
—Não, não. Muito obrigada, não precisa se incomodar, logo vai amanhecer. Ficaremos bem, não se preocupe. Respondeu a mãe, descartando aquela idéia absurda.
—Tá bem, se mudarem de idéia, ocês podem me chamá. Dizendo isso, a velha senhora caminhou de volta a seu quarto.
As crianças ficaram curiosas e queriam saber que negócio era aquele de acender bosta de vaca, então os pais explicaram que no interior algumas pessoas tinham o costume de usar os excrementos dos animais para fazerem fumaça, ateando fogo neles quando já estivessem secos, a fumaça espantava os mosquitos.
— O cheiro é tão ruim, que até os mosquitos fogem. ¾ Concluiu o pai desanimado.
Cansadas, as crianças adormeceram. Em seguida, a mãe também dormiu; o pai ainda ficou caçando os danados dos mosquitos que, sem medo de morrer, queriam experimentar sangue novo.
Comentários
Postar um comentário