O CARACOL KAKÁ
Penha Carvalho
O caracol Kaká era muito feliz, pois ele
morava numa casinha muito bonita e confortável que o Papai do Céu dera-lhe para
morar.
Num belo
dia, o coitadinho do Kaká descobriu que sua casa estava com um probleminha no
telhado, era uma goteira; coitado do caracol ficou todo molhadinho por causa
daquela goteira que se instalou em sua casinha sem perguntar se podia. “Acho
que ela sabia que se perguntasse, receberia um belo NÃO.” Quando a chuva
passou, Kaká resolveu trocar de casa, mas, para um caracol não era tão simples
assim uma mudança, ele estava colado na casinha. “Ah... Mas, ele não queria
mais ficar dentro daquela casa cheia de goteiras.”
Tudo bem! Era uma goteirinha só, Kaká
estava exagerando, mas era para não perder o entusiasmo da mudança. Depois de
pensar muito, Kaká encontrou uma solução, esticou-se todinho até soltar-se da
casinha...Forçou bastante e, num estalo, caiu para fora dela.
De repente, se viu pelado no meio do
jardim. “Ainda bem que ninguém estava olhando.”
Então, saiu à procura de uma outra casinha. Andou muito e não encontrou
nenhuma, o sol começou a esquentar, foi esquentando cada vez mais e, o corpinho
desprotegido do caracol gritav por água, pois já estava ficando todo
ressecado...
Kaká já estava arrependido por ter
abandonado sua casinha, quando viu a dona do jardim regando suas plantas, um
pouco mais amimado, arrastou-se até chegar bem pertinho das plantas que ela
estava regando e, pôde, então, sentir aquela aguinha refrescante molhar todo
seu corpinho que já estava ficando desidratado; ficou ali naquele molhadinho o
dia todo, esperando que o sol fosse dormir para que pudesse sair novamente à
procura da tão esperada casinha.
Olhou mais uma vez para ver se estava
limpinha e alojou-se nela. Com uma colinha especial que saiu do seu corpo,
grudou-se à latinha como se ela fosse naturalmente sua. Naquela noite choveu
muito e Kaká ficou muito feliz, pois, apesar de precisar de água, não podia
pegar chuva forte e a casinha nova o protegeu muito bem evitando que morresse
afogado.
Mas, no outro dia, quando ele saiu ao
sol, a latinha se esquentou e, Kaká ficou desesperado, pois, o calor era pior
que a goteira. Correu para uma sombra gostosa e esticou-se com força até que a
latinha desgrudou-se de seu corpinho
calorento.
Aborrecido, Kaká ficou imaginando que se fosse uma borboleta, poderia voar para
um lugar que fosse mais legal. Mas ele era um caracol e, como não podia virar
borboleta, resolveu enfrenta o problema.
Então, ele saiu procurando outra casa, ia
andando e imaginando como ela seria, a imaginação de Kaká era muito fértil e
ele imaginava que sua nova casinha teria até chaminé; foi quando encontrou um
sapato velho e, cansado, decidiu ir morar nele, por sorte não tinha chulé nem
goteira, além disso, ficava numa sombrinha muito agradável atrás das folhagens.
Não era uma casa maravilhosa como ele havia imaginado, mas era muito
confortável.
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