LILI TERNURINHA (Crônica)

    Lili Ternurinha era uma moçoila muito dadivosa, seu nome verdadeiro todos desconheciam, porém sua caridade e carinhos eram conhecidos por todos os homens do pequeno lugarejo onde morava.
         Viera morar ali trazida por um caminhoneiro, que fora fisgado por ela numa noite quente e abafada. Quando ele estava banhando-se tranqüilamente numa cachoeira, ouviu um barulho, alguém havia se jogado na água; era Lili cansada de viver, tentando aliviar seu sofrimento. Frederico Silvério não pensou duas vezes, correu em direção a suicida tentando salvá-la, seu corpo nu escorregava das mãos de Frederico e afundava novamente. Lutaram por algum tempo enquanto ela ainda tinha força, depois, cansada cedeu abraçando o pescoço do seu salvador.
         Este, arfando carregou-a para fora da água, cansados deitaram na relva, ela tentou escapar, mas foi retida pelo abraço forte e mãos ágeis do caminhoneiro.
         Seus corpos nus, entrelaçados despertaram o desejo de Frederico que começou a acariciá-la, ela não resistiu e entregou-se total e deleitosamentente, amaram-se sob a luz da lua. Desde então viviam juntos.
         Ele foi capaz de salvar-lhe a vida, porém sua alma ainda estava perdida e confusa. Assim, quando o bondoso Frederico viajava, ela entregava-se aos desejos de outros homens fazendo jus à alcunha que lhe fora conferida.
         Movido pelo ciúme, Silvério armou uma cilada para sua amada dizendo que iria viajar, deixando-a despreocupada. Mas voltou e, ao deparar-se com a traição, disparou vários tiros matando a esposa e seu amante. Assim morreu Lili Ternurinha, a dama da noite, da madrugada, do dia.

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